Na rota da Vida e do destino.... simplesmente.

Este blog é uma continuidade descontinua do "Vontades". Tentarei seguir dentro de uma mesma linha, mas implementar um pouco mais de mim!

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Localização: Num mundo de sonhos..., Portugal

Um paradoxo! Branco e preto! Alegria e tristeza. Doçura e amargura.... Simplesmente Eu (como já ouvi tantas vezes)...

quarta-feira, agosto 11, 2010

Concurso de docentes

Ainda eu me queixava de "boca cheia"! (é sempre assim: achamos que é sempre triste e que só nós é que estamos a passar pelo drama....)



Andava eu a dizer em casa que não percebia esta aplicação do concurso... é que eu, como pessoa precavida que sou, já há dois meses que tenho em papel as minhas opções de concurso deste ano (todos os anos faço um concurso distinto consoante os critérios que têm de ser tidos em conta).

Mas afinal qual era o meu drama (devem estar a pensar vocês)?!!!?

R.: O meu drama é que ao fim de 173 combinações de códigos, tipos de horários e contratos pretendidos a aplicação decidiu "implicar" com o código da 7ªa opção. Dizia que esse código não existia e que eu devia consultar o boletim com os códigos deste concurso. Assim fiz! (espanto) O código existia e estava correcto!
Mais uma vez decidi (tentar) contactar a DGRHE via e-mail (já no aperfeiçoamento do concurso) - aquele que aparece no site oficial! Ora.... como já não é a primeira vez que tento este meio de comunicação (da última vez mandei um e-mail mais exaltado - prazos a acabar - a perguntar para que é que eles diziam que aquilo era um meio de contacto se, na verdade, ninguém deve sequer saber a password de acesso! - enfim... #%!&%/%/(%$/($". Este pequeno conjunto de símbolos fica para porem a vossa imaginação a trabalhar com nomes que eu lhes chamei na minha cabeça e, que com certeza vocês também querem chamar).



Conclusão (se este texto ainda tiver coerência): já tinha estipulado que hoje iria culminar o concurso (com ou sem resposta da DGRHE) - descobri mais umas escolas que a aplicação não aceita (apesar de constarem no boletim) bem como algumas combinações que eu pretendia fazer). Assim fiz: Concurso submetido com sucesso!

Eis senão quando percebo que.... afinal há quem esteja BEM PIOR! há quem a (menos de) um dia de fecharem os concursos não consiga concorrer!

NEM SEI O QUE DIZER A ESTES "COLEGAS" (as minhas desculpas a quem não pode com este termo)!!! Coragem e.... CORAGEM! (é a única palavra que me ocorre)



in_clix.exameinformatica.pt

sábado, julho 17, 2010

isto é o verdadeiro timming

Ontem, minha esposa e eu estávamos sentados na sala, falando das
muitas coisas da vida.

Estávamos falando de viver ou morrer.

Eu lhe disse:
- Nunca me deixe viver em estado vegetativo, dependendo de um a
máquina e líquidos.
Se você me vir nesse estado, desliga tudo o que me mantém vivo, por favor !!!


Ela se levantou, desligou a televisão e jogou minha cerveja fora.
Não é uma filha da p... ???!!!

ducadores vs professores (via e-mail) II

Numa dada noite, três estudantes universitários beberam até altas horas e não estudaram para o teste do dia seguinte.

Na manhã seguinte, desenharam um plano para se safarem. Sujaram-se da pior maneira possível, com cinza, areia e lixo. Então, foram ter com o professor da cadeira e disseram que tinham ido a um casamento na noite anterior e no seu regresso um pneu do carro que conduziam rebentou.
Tiveram que empurrar o carro todo o caminho e portanto não estavam em condições de fazer aquele teste.
O professor, que era uma pessoa justa, disse-lhes que fariam um teste-substituição dentro de três dias, e que para esse não havia desculpas. Eles afirmaram que isso não seria problema e que estariam preparados.
No terceiro dia , apresentaram-se para o teste e o professor disse -lhes com ar compenetrado que, como aquele era um teste sob condições especiais , os três teriam que o fazer em salas diferentes.
Os três, dado que tinham estudado bem e estavam preparados, concordaram de imediato.




O teste tinha 5 perguntas e a cotação de 20 valores.

Q .1. Escreva o seu nome ----- ( 0.5 valores)

Q.2. Escreva o nome da noiva e do noivo do casamento a que foste há quatro dias atràs ---(5 valores )

Q.3. Que tipo de carro conduziam cujo pneu rebentou.--( 5 valores)

Q.4 . Qual das 4 rodas rebentou ------- ( 5 valores )
Q.5. Qual era a marca da roda que rebentou ---- (2 valores)
Q.6. Quem ia a conduzir? ------ (2.5 valores)



Há professores educadores...

Educadores vs professores (via e-mail)

Num liceu no Porto estava a acontecer uma coisa muito fora do comum. Um 'bando' de miúdas de 12 anos andava a pôr baton nos lábios, todos os dias, e para remover o excesso beijavam o espelho da casa de banho.

O Cons.Exec. andava bastante preocupado, porque a funcionária da limpeza tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao fim do dia e, no dia seguinte, lá estavam outra vez as marcas de baton.

Um dia, um professor juntou as miúdas e a funcionária na casa de banho e explicou que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam e, para demonstrar a dificuldade, pediu à empregada para mostrar como é que ela fazia para limpar o espelho.

A empregada pegou numa 'esfregona', molhou-a na sanita e passou-a repetidamente no espelho até as marcas desaparecerem.

Nunca mais houve marcas no espelho...

Há professores educadores...

manual mais pequeno do mundo sobre sobrevivência profissional. (via e-mail)

Como ganhar a guerra que os pais e alunos ressabiados andam a fazer
aos professores?


1. Não queira salvar o Mundo. O Mundo não tem salvação. Os humanos têm tratado tão mal a mãe natureza que ela vai agradecer quando os humanos derem cabo de si próprios.

2. Não entre na escola com a ideia peregrina de que a sua missão é salvar crianças e adolescentes. Há muitas crianças e jovens que não têm salvação.
Quando chegam à escola já estão perdidas. Não se sinta culpado pela perdição dos outros. As culpas da perdição têm de ser distribuídas pelos políticos e pelos pais. Os primeiros porque não sabem governar o país; apenas sabem governar-se. Os segundos porque colocam o amor próprio e os interesses pessoais à frente dos interesses dos filhos. E vai daí, passam a
vida a fazer asneiras.

3. Se vir uma criança com fome, compre-lhe uma sanduíche. Mas não tenha a pretensão de querer resolver o problema da pobreza.

4. Não fale nas aulas sobre sexo e política. Concentre-se nas suas matérias e lembre-se de que ensinar bem é a coisa que melhor pode fazer para ajudar as crianças e os jovens a serem bem sucedidos.

5. Não queira ser engraçado nas aulas nem queira passar por humorista. Lembre-se de que está a falar para 25 alunos que têm telemóveis com câmara fotográfica e gravadores de áudio e vídeo.

6. Não queira fazer-se passar por irmão mais velho, amigo, pai ou mãe dos alunos. Seja simplesmente professor: um profissional com elevada competência técnica e científica que é pago para ensinar. Quando se ensina bem, está-se a educar. A educação é uma camada que se sobrepõe à instrução. A sua tarefa principal é instruir. A educação vem por acréscimo. É
um bónus.

7. Não fale sobre a vida privada com os alunos. Lembre-se de que você não é pai nem mãe deles. Tão pouco é irmão. Nem sequer é um amigo. Você é um profissional.

8. Não queira entrar na intimidade dos seus alunos. Ouça-os quando eles se dirigem a si para falar sobre os problemas pessoais, mas ouça apenas. Não diga nada. Se for caso disso, encaminhe-os para o
psicólogo escolar. Se for assunto que possa ser tratado pela escola, mande-os falar com o director de turma.

9. Guarde a ternura para os seus filhos. Não caia na tentação de consolar as crianças e os jovens com carícias, ainda que inocentes. Seja cuidadoso. Há crianças e jovens que fazem uso da maldade pura.

10. Cuidado com as conversas com os pais. Trinque a língua antes de falar. Diga só o que for realmente necessário. Limite-se à descrição dos factos. Poupe nos adjectivos. Não faça juízos de valor. Nunca tenha a pretensão de pensar que os pais dos alunos são seus amigos. E nunca tome o partido dos pais contra os seus colegas. Lembre-se de que os pais
passam, mas os seus colegas vão estar ao seu lado durante pelo menos 40 anos.


Teresa Soares

O estrume que faz crescer... (via e-mail)

Aconteceu na Escola Básica Integrada de Rabo de Peixe (Ilha de S.
Miguel - Açores), desconhecendo-se qual a nota atribuída ao referido
aluno.

A professora pediu aos alunos para fazerem uma composição sobre a escola.

Um deles escreveu:


'A minha escola é pequena, mas muito bem arranjada. A minha escola é
como se fosse um jardim.
Nós os alunos, somos as flores e a senhora professora é como se fosse
um monte de estrume que nos faz crescer belos e fortes.'

Via e-mail: O atestado médico por José Ricardo Costa

Imagine o meu caro que é professor, que é dia de exame do 12º ano e vai ter de fazer
uma vigilância. Continue a imaginar. O despertador avariou durante a noite. Ou fica
preso no elevador. Ou o seu filho, já à porta do infantário, vomitou o quente,
pastoso, húmido e fétido pequeno-almoço em cima da sua imaculada camisa.
Teve, portanto, de faltar à vigilância. Tem falta. Ora esta coisa de um professor ficar
com faltas injustificadas é complicada, por isso convém justificá-la. A questão agora é:
como justificá-la?
Passemos então à parte divertida. A única justificação para o facto de ficar preso no
elevador, do despertador avariar ou de não poder ir para uma sala do exame com a
camisa vomitada, ababalhada e malcheirosa, é um atestado médico. Qualquer pessoa
com um pouco de bom senso percebe que quem precisa aqui do atestado médico
será o despertador ou o elevador. Mas não. Só uma doença poderá justificar sua
ausência na sala do exame. Vai ao médico. E, a partir deste momento, a situação
deixa de ser divertida para passar a ser hilariante.
Chega-se ao médico com o ar mais saudável deste mundo. Enfim, com o sorriso de
Jorge Gabriel misturado com o ar rosado do Gabriel Alves e a felicidade do padre
Melícias. A partir deste momento mágico, gera-se um fenómeno que só pode ser
explicado através de noções básicas da psicopatologia da vida quotidiana. Os mesmos
que explicam uma hipnose colectiva em Felgueiras, o holocausto nazi ou o sucesso da
TVI.
O professor sabe que não está doente. O médico sabe que ele não está doente. O
presidente do executivo sabe que ele não está doente. O director regional sabe que
ele não está doente. O Ministério da Educação sabe que ele não está doente.
O próprio legislador, que manda a um professor que fica preso no elevador
apresentar um atestado médico, também sabe que o professor não está doente.
Ora, num país em que isto acontece, para além do despertador que não toca, do
elevador parado e da camisa vomitada, é o próprio país que está doente.
Um país assim, onde a mentira é legislada, só pode mesmo ser um país doente.
Vamos lá ver, a mentira em si não é patológica. Até pode ser racional, útil e eficaz em
certas ocasiões. O que já será patológico é o desejo que temos de sermos enganados
ou a capacidade para fingirmos que a mentira é verdade.
Lá nesse aspecto somos um bom exemplo do que dizia Goebbels: uma mentira várias
vezes repetida transforma-se numa verdade. Já Aristóteles percebia uma coisa muito
engraçada: quando vamos ao teatro, vamos com o desejo e uma predisposição para
sermos enganados.
Mas isso é normal. Sabemos bem, depois de termos chorado baba e ranho a ver o
'ET', que este é um boneco e que temos de poupar a baba e o ranho para outras
ocasiões. O problema é que em Portugal a ficção se confunde com a realidade.
Portugal é ele próprio uma produção fictícia, provavelmente mesmo desde D.Afonso
Henriques, que Deus me perdoe.
A começar pela política. Os nossos políticos são descaradamente mentirosos. Só que
ninguém leva a mal porque já estamos habituados.
Aliás, em Portugal é-se penalizado por falar verdade, mesmo que seja por boas
razões, o que significa que em Portugal não há boas razões para falar verdade. Se eu,
num ambiente formal, disser a uma pessoa que tem uma nódoa na camisa, ela irá
levar a mal.
Fica ofendida se eu digo isso é para a ajudar, para que possa disfarçar a nódoa e não
fazer má figura. Mas ela fica zangada comigo só porque eu vi a nódoa, sabe que eu
sei que tem a nódoa e porque assumi perante ela que sei que tem a nódoa e que sei
que ela sabe que eu sei.
Nós, portugueses, adoramos viver enganados, iludidos e achamos normal que assim
seja. Por exemplo, lemos revistas sociais e ficamos derretidos (não falo do cérebro,
mas de um plano emocional) ao vermos casais felicíssimos e com vidas de sonho.
Pronto, sabemos que aquilo é tudo mentira, que muitos deles divorciam-se ao fim de
três meses e que outros vivem um alcoolismo disfarçado. Mas adoramos fingir que
aquilo é tudo verdade.
Somos pobres, mas vivemos como os alemães e os franceses. Somos ignorantes e
culturalmente miseráveis, mas somos doutores e engenheiros. Fazemos
malabarismos e contorcionismos financeiros, mas vamos passar férias a Fortaleza.
Fazemos estádios caríssimos para dois ou três jogos em 15 dias, temos auto-estradas
modernas e europeias, mas para ver passar, a seu lado, entulho, lixo, mato por
limpar, eucaliptos, floresta queimada, barracões com chapas de zinco, casas
horríveis e fábricas desactivadas.
Portugal mente compulsivamente. Mente perante si próprio e mente perante o
mundo.
Claro que não é um professor que falta à vigilância de um exame por ficar preso no
elevador que precisa de um atestado médico. É Portugal que precisa, antes que
comece a vomitar sobre si próprio.
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URGE MUDAR ESTE ESTADO DE COISAS.

ESTÁ NA SUA MÃO, NA MINHA E DAQUELES A QUEM A MENSAGEM CHEGAR!

Homem Vs Mulher (via e-mail)

2 mulheres conversam:

Como foi o teu sexo ontem?
1 -- Catastrófico.... O meu marido chegou do trabalho, jantou em 3 minutos, depois tivemos sexo durante 4 minutos e após 2 minutos ele já dormia.... E tu?
2 -- Foi fantástico! O meu marido chegou a casa levou-me a jantar fora e depois passeamos durante 1 hora até casa. Após 1 hora de preliminares à luz das velas fizemos sexo durante 1 hora e imagina- no fim ainda tivemos na conversa durante 1 hora. Numa palavra: Maravilhoso!!!

Os “respectivos” 2 homens conversam:

Como foi o teu secsxo ontem?
1 -- Super! Cheguei a casa e tinha o jantar na mesa; jantei, fiz sexo e adormeci imediatamente. E tu?
2 -- Catastrófico...Cheguei a casa e não havia electricidade porque me tinha esquecido de pagar a última factura. Assim levei a minha mulher jantar fora a um sítio qualquer. O comer foi uma porcaria e caríssimo, que fiquei sem dinheiro para pagar o táxi até casa. Não tivemos outra alternativa senão ir a pé para casa. Chegamos a casa e claro não tínhamos electricidade, fomos obrigados a acender velas! Eu estava tal maneira fora de mim que precisei 1 hora até que estivesse em pé e uma hora até conseguir libertar o meu batalhão. Foi de tal maneira que estava possesso e não consegui adormecer durante 1 hora pelo que fui bombardeado pela minha mulher com conversa da treta.

Verdade ou Mentira?!? (recebido via e-mail)

«Os sorrisos da ministra já não nos enganam». Mário Nogueira, dirigente da Federação Nacional de Professores (Fenprof) assume a ruptura total com Isabel Alçada, depois de ter recebido do Ministério da Educação uma proposta de Estatuto da Carreira Docente com aspectos «que nunca foram alvo de negociação».
O fim dos concursos de professores e dos quadros de pessoal, assim como a criação da figura da «cedência por interesse público» constantes no documento enviado aos sindicatos são, para Nogueira, alterações inaceitáveis que o Ministério está a fazer de forma ilegal.
«É ilegal, porque de acordo com a lei 23, o Ministério tem de submeter essas matérias à negociação». Ora, apesar de os sindicatos estarem em negociações com o Governo desde Setembro, estas propostas «nunca foram apresentadas à discussão», sublinha o líder da Fenprof.
Mário Nogueira diz que «neste momento, ainda nem sabemos bem quais as consequências do fim dos quadros de escola e da sua substituição por mapas de pessoal». Mas não tem dúvidas quanto às intenções do Governo nesta matéria: «Vai embaratecer os custos com pessoal e aumentar a precariedade».
Na prática, as novas regras vão fazer com que «os contratados entrem apenas para mapas e não para quadros, ou seja, não façam parte da carreira e, por isso, não sejam abrangidos pelas progressões».
Outra consequência será a instabilidade: «Segundo as regras gerais da Função Pública, os mapas de pessoal são definidos anualmente», recorda Nogueira, alertando para a possibilidade de vir a acontecer o mesmo na Educação.
Mas é ao nível do recrutamento e da mobilidade que as mudanças mais se vão fazer sentir. «Acabam os concursos. Os professores não vão poder concorrer para mudar de escola».
Se quiserem mudar de escola, os docentes «vão ter de recorrer à mobilidade interna, que permite estar noutra escola por períodos renováveis de um ano, até ao máximo de quatro».
«Caso contrário, só vão poder mudar quando e se o Ministério quiser, através de uma coisa chamada cedência de interesse público, que nem sabemos bem o que é», critica.
Concursos, requisições, destacamentos e comissões de serviço «deixam de existir».
As novas regras permitem ainda ao Estado colocar funcionários públicos em mobilidade especial a dar aulas. «Depois de termos lutado tanto pela formação de professores, não se percebe como se pode fazer isto», questiona o sindicalista.
Esta terça-feira, a Fenprof pediu ao Ministério «uma reunião com carácter de urgência», mas no sábado o sindicato deverá já pôr em cima da mesa a discussão sobre formas de luta.
«Com papas e bolos se enganam os tolos e esta ministra pensa que nos engana com sorrisos, mas é ela quem está enganada», diz Nogueira, recordando que a proposta de Isabel Alçada vai contra o prometido por Maria de Lurdes Rodrigues «que em 2009 assegurou que as regras da lei 12/A da Função Pública não eram para aplicar na Educação».

Saúde Mental dos Portugueses

in Público, 2010.06.21
Recentemente ficou a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.

Interessa-me a saúde mental a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária.
Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios. Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque nos últimos quinze anos o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos. Interessa-me a saúde mental a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos.
Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da segurança social.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.
Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais. E hesito prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante estes rostos que me visitam diariamente.
Pedro Afonso
Médico Psiquiatra

domingo, abril 25, 2010

Publicidade-Ponto de Restauração




http://www.wix.com/ensino/Freitas

segunda-feira, março 01, 2010

Quem és tu?

http://super.abril.com.br/multimidia/info_503387.shtml



Eu sou esta jóia de pessoa:

Taizé - Porto

Simplesmente...

... tocante!





Parte mais forte (e houveram muitas):

...o ajoelhar perante a cruz e partilhar as minhas "cruzes com o senhor"


terça-feira, fevereiro 09, 2010

Uma diferença de 30 anos (1978 & 2008)


Situação: O Pedro está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga

1978: O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.

2008: A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.


Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas

1978: Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.

2008: A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar, O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar a Manuela Moura Guedes à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.


Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas

1978: Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.

2008: Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalina. O Jaime parece um zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.


Situação: O Luís parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai pega um cinto e espeta-lhe umas chicotadas

1978: O Luís tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem sucedido.

2008: Prendem o pai do Luís por maus-tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o 'Você na TV' do Manuel Luís Goucha.


Situação: O Zézinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A sua professora, Maria, encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar

1978: Passado pouco tempo, o Zézinho sente-se melhor e continua a correr.

2008: A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego. Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zézinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da Maria por destruição de propriedade. Ganham. A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.


Situação: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado 'chocolate' ao outro

1978: Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa. Amanhã são colegas.

2008: A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude Skinhead finge revoltar-se a respeito disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.


Situação: Tens que fazer uma viagem de avião

1978: Viajas num avião de TAP, dão-te de comer, convidam-te a beber seja o que for, tudo servido por hospedeiras de bordo espectaculares, num banco que cabem dois como tu.

2008: Entras no avião a apertar o cinto nas calças, que te obrigaram a tirar no controle. Enfiam-te num banco onde tens de respirar fundo para entrar e espetas o cotovelo na boca do passageiro ao lado e se tiveres sede o hospedeiro amaricado apresenta-te um menu de bebidas com os preços inflacionados 150%, só porque sim. E não protestes muito, senão, quando aterrares, enfiam-te o dedo mais gordo do mundo pelo cú acima para ver se trazes drogas.


Situação: Fazias uma asneira na sala de aula

1978: O professor espetava duas valentes lostras bem merecidas. Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque 'alguma deves ter feito...!'

2008: Fazes uma asneira. O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation 3.


Situação: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno

1978: Não se passa nada.

2008: As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e caganeira.


Situação: O fim das férias

1978: Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, terminam as férias. No dia seguinte vai-se trabalhar.

2008: Depois de voltar de Cancún ou de um pinhal qualquer, terminam as férias. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e caganeira. Depois, passam dois anos a pagar as prestações das férias... mas o indispensável é que as outras pessoas saibam que foram umas ferias excelentes tudo muito barato ou até oferecido... e acima de tudo "foram de férias".

Frase do dia


"A grande bênção é o amanhã - ter sonhos a conquistar"

Paulo Coelho